...e, não conseguiu resistir ...
As mensagens, os telefonemas, os encontros foram-se intensificando ... a partilha e a cumplicidade também! Quando estávam juntos, nada importava! Não havia preconceitos, desculpas, mentiras ... o mundo paráva naquele instante e só a lua testemunhava aquele amor!
O tempo foi passando ... os momentos vividos a dois eram magnificos, pareciam duas crianças ... ambos sentiam que tinham encontrado a alma gémea ... aquele alguém que há muito aguardavam, aquela pessoa que entendia, compreendia, não exigia, apoiava, dava força ... como se divertiam os dois!
Mas, como em tudo na vida, há o revés da medalha. Vieram as complicações exteriores e as coisas ficaram estranhas. A tentativa de um ajudar o outro nem sempre era bem aceite e/ou compreendida. Estavam mais distantes, principalmente ele e isso, doía, tanto a um como a outro. Ambos tentavam lidar com a dor de maneiras diferentes. Ela acabava por magoá-lo com palavras mais duras, ele magoava-a ao distanciar-se cada vez mais!
Dicidiram conversar, tinham que esclarecer o que se estava a passar, tinham que demonstrar o que sentiam e o que queriam na realidade. Sentaram-se, conversaram, choraram, riram e, chegaram à conclusão que se amavam, que queriam muito estar um com o outro ... mesmo com condicionantes! Ela voltou a tratá-lo com carinho, ele aparecia e ligava-lhe mais vezes. Voltaram a sentir-se felizes ... voltaram a sentir-se um só!
Mesmo no amor, as condicionantes da vida, nem sempre ajudam os enamorados e, por alguma razão que nem mesmo eles sabiam explicar ... voltaram a afastar-se. Agora era ela a mais distante, a mais fria. Tratava-o como se fosse um simples amigo, tentava não demonstrar o quanto sofria mas, achava que era o melhor. Queria dar-lhe espaço para ele resolver, decidir, optar ... no fundo queria que ele sentisse a sua falta! Decidiu abandonar o barco, disse-lhe que chegava, não queria mais! Ele, não respondeu, não questionou ... resignou-se, sabia porque motivo ela fazia isso e respeitou! Ela também precisava do espaço dela!
Estiveram dias sem se falarem ... ela sabia que era exactamente isso que faria! Os minutos pareciam horas, horas pareciam dias, dias pareciam anos! Não conseguia dormir, não conseguia comer, não conseguia sequer sorrir ... sempre que se lembrava dele (não havia segundo que não o fizesse) as lágrimas lavavam-lhe o rosto. Afinal ela agora tinha a certeza que era aquele homem que amava, que queria a seu lado para partilhar os momentos mais "insignificantes"!
Encheu-se de coragem e ligou-lhe! Ela tinha que se desculpar, dizer-lhe o que sentia, mesmo que ele já não quisesse voltar atrás! Marcaram um novo encontro. Ela ensaiou mil e um discursos, mil e uma maneiras de se justificar mas, com o aproximar da hora, decidiu que não iria dizer nada ensaiado, iria abrir-lhe o coração!
Ele chegou, ela convidou-o para entrar, para sentar. Ele estáva "frio" e deixava transparecer algum nervosismo ... ela, nem se fala! Sentaram-se e ela começou a falar, a dizer tudo o que sentia, tudo o que tinha passado estes dias, que, se dúvidas houvesse, tinha agora a certeza que o amava. Enquanto ela falava, desviando de vez em quando o olhar para não ceder à tentação do o beijar, ele trincava os lábios, passava a mão pelo cabelo, na tentativa de disfarçar o quanto estava nervoso. Acabaram por se reconciliar afinal, tudo o que ela tinha passado, ele também tinha sentido!
O amor deles tinha vencido mais uma prova ...
(continua)